NA GARAGEM
2003-12-13
[
NUNO PASSOS
]
in Público
NA
GARAGEM
Minho tem meia centena de bares-concerto
"Praticamente não há bares para concertos nas margens do rio Minho." O desalento do teclista José Paulo Ribeira, dos Ironic Speech, de Caminha, junta-se à opinião que vinga na maioria dos novos projectos musicais, que dizem carecer dessa roldana que faz girar o circuito musical - as actuações dão dinheiro para comprar instrumentos e gravar maquetas, cativar espectadores, chamar os média e as editoras.
A consternação, porém, não é comum a todos. "Os bares existem, a gente é que não pode ficar à espera que eles venham ter connosco", reclama Sandra Monteiro, dos vimaranenses Nothem, que este ano já realizaram 42 concertos no país. O certo é que torna-se mais fácil encontrar cafés-concerto "do rio Lima para baixo", mas cada localidade tem "pelo menos um cantinho" para lançar os colectivos independentes, o que prefaz cerca de cinquenta palcos no Minho com um mínimo de condições.
O número é partilhado pelo promotor de eventos José Costa, que não se cansa de repetir que existe, contudo, em parte das casas uma espécie de filtro imposto aos intérpretes. O cenário deve-se a questões de mentalidade e da necessidade de trazer "alguém que renda" em termos de público, argumenta. "Em geral, os proprietários não estão dispostos a ceder o palco por gostos musicais ou, no caso do 'heavy metal', por medo de haver tumultos", acentua o também "manager" dos Fat Freddy ou O Projecto É Grave, lembrando que também os vereadores das câmaras têm "pouca sensibilidade" para sons modernos, esbanjando o orçamento cultural em actividades "que quase ninguém vê".
Os gerentes contactados do "Net Coop", em Ponte de Lima, e do "Café Teatro", em Viana do Castelo, preferem sublinhar a necessidade em "respeitar o espírito" da casa e "as expectativas" que os clientes habituais têm. Noutras vezes, os proprietários lançam a aposta, mas é a audiência que desilude, como sucedeu recentemente com os Mesa - no "VooDoo Lounge", na Amorosa.
"As bandas sujeitam-se a tocar em condições impossíveis e imaginárias pelo amor da música", continua José Costa. O "cachet" das actuações dos grupos emergentes oscilam entre o custo zero, com eventual jantar antes da subida ao palco, e uns excepcionais 250 euros. Regra geral, quatro em cada cinco bares não querem perder no negócio e usam o "sistema do cartão", em que cerca de 50 a 70 por cento das entradas vão para os bolsos da formação.
Pelo Minho, há ainda outros bares que merecem referência a nível de segunda linha: em Barcelos, os Histórico e Triangubar, em Vila Verde, o Horas Extras; em Amares, os Rithmos, Pinxos, Tertúlia e Autocarro Bar; em Lixa, o Moinho Café; em Ponte de Lima, os Net Coop e Ministru's; em Ponte da Barca, o Poetas Bar; em Guimarães, o Ultimatum; em Paredes de Coura, a Casa das Artes; em Viana do Castelo, os Azeiteiro, Coffe e Bar do IPJ; em Famalicão, os Pedra Viva e Wall Street; em Arcos de Valdevez, o Azenha Bar; em Monção, o Ninho do Pardal; em Vieira do Minho, o Bar da Ilha. Mas há muitos mais. Basta descobri-los.
PRINCIPAIS ESPAÇOS
CAFÉ-TEATRO
Viana do Castelo
935250101
www.cafeteatro.org
CASA DAS ARTES DE ARCOS DE VALDEVEZ
Arcos de Valdevez
258520280
DESLIZE
Braga
936497197
FÓRUM ARTE E MULTIMÉDIA
Oliveira S. Mateus, Famalicão
252981361
www.ascinfor.pt/forum.htm
INSÓLITO
Braga
968016240
KASTRU'S
Forjães, Esposende
253871339
www.kastrusbar.com
LIVE ROCK CAFE
Medelo, Fafe
919214329
QUINTA DO OLIVAL
Caldelas, Amares
937667770
VOODOO LOUNGE
Amorosa, Viana do Castelo
968083532
WHISKY BAR
Prado, Vila Verde
962885495
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